“Nós, basicamente, olhamos para dois mercados, o dos Estados Unidos e o europeu, e temos estado focados no curto-prazo e em carry. Não temos ido além dos três anos. O muito longo prazo das curvas não nos interessa pela simples razão de que, com uma curva invertida, estamos a assumir mais risco de crédito por menores yields”, expõe João Zorro.
O profissional revela que, na GNB GA, preferem adicionar crédito de curto-prazo, para adicionar yield, e ir rolando as emissões. “Tentamos ter a maior almofada possível”, diz. Por outro lado, as apostas em duration são feitas em dívida pública norte-americana. Para o especialista, as taxas mais elevadas representam um maior risco de recessão, mas a verdade é que uma recessão não é algo que esteja a acontecer. Isto causou pressão nas yields em subida, e a estratégia de João Zorro e da equipa é aproveitar para adicionar duração. “Nos 4% a 10 anos adicionámos, e outra vez nos 4,5% e 4,75%. Em simultâneo, vendemos calls que compensam a queda dos preços. Como o ponto de partida da duração é muito baixo, temos margem para ir adicionando e manter o carry o mais elevado possível. Podemos sofrer em preço no curto-prazo, mas estou confiante que como estratégia a médio prazo, vai funcionar”, explica.
Já nas componentes mais arriscadas nos segmentos de rendimento fixo, João Zorro revela que as carteiras multiativos já incluem outros ativos de risco, não procuram adicionar muito mais por esta via. “No entanto, vejo valor nas híbridas financeiras a pagar 8 ou 9%, nas híbridas corporativas a 6,5% ou high yield acima de 5%”, revela.
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