Promovido pela Pioneer Investments em colaboração com a Financial Times IE Business School Corporate Learning Alliance, o Pioneer Investments Knowledge Lab trouxe a Lisboa professores da instituição académica e uma profissional da entidade gestora para partilhar e discutir com os convidados ideias e métodos de investimento.
A aliança do Financial Times com a IE Business School é um projeto que nasceu em 2015 para dar resposta à crescente procura por ações de formação para profissionais mais flexíveis, práticas e relevantes. As duas entidades aperceberam-se assim que combinando as suas valências poderiam criar uma proposta de valor na aprendizagem que daria resposta a esta procura. Neste sentido, a Pioneer Investments promoveu, em colaboração com a FT | IE Corporate learning Alliance, o Pioneer Investments Knowledge Lab, que trouxe a Lisboa dois professores da instituição académica e profissionais da entidade gestora para partilhar e discutir com os convidados ideias e métodos de investimento.
Neste contexto, e perante um mercado inundado de liquidez e em que as classes de ativos tradicionais se comportam com uma correlação atípica e elevada, Manuel Trenado, professor da FT | IE Corporate Learning Alliance, apresentou aos assistentes um segmento da classe de ativos fixed income, cujas características permitem atribuir-lhe um carácter alternativo, como é o caso dos leveraged loans.
“Muitas pessoas argumentam que a abundância de liquidez é exatamente o que está por trás da correlação dos mercados, mas a política monetária expansiva começa a não ser o centro das atenções. Movemo-nos na direção do estímulo fiscal”, destaca o professor. “Há também muita incerteza nos mercados em virtude da imprevisibilidade dos eventos futuros, mas isso é uma oportunidade para a gestão ativa, depois do boost à gestão passiva proporcionado pelas correlações”, acrescenta, concluindo com uma declaração: “Alpha is back on the table!!”.
Neste contexto, Manuel Trenado, fala de um mercado de quase um bilião de dólares nos EUA, mas cuja dimensão é bastante mais residual na Europa, cerca de 15/20% do mercado dos EUA. “Na Europa o mercado está ainda a ganhar tração, e eu acho que assim é devido a uma atividade de fusões e aquisições limitada e uma predominância das instituições financeiras no mercado de crédito”, explica Manuel Trenado.

Estes instrumentos são, tipicamente de emitentes com um perfil inferior a investment grade, que a eles recorrem em processos de recapitalização, refinanciamento ou para aquisições, tipicamente no contexto de transações alavancadas em private equity.
Os cupões são tipicamente indexados às taxas interbancárias e as emissões são frequentemente estruturadas como “senior” e/ou “secured”, ocupando uma posição elevada na estrutura de capital do emitente. No caso das emissões secured, Manuel Trenado fala de colaterais que podem ser inventário, propriedades, equipamento ou até mesmo ações.

Os cupões indexados providenciam proteção contra a inflação e subidas de taxas de juro, ao mesmo tempo que reduzem o risco de reinvestimento, configurando também um perfil de risco e retorno atrativo, com pouca correlação com as classes de ativos mais tradicionais.

A tabela seguinte dá uma ideia de como estes instrumentos se comparam com outros segmentos de mercado.

Quais os riscos?
“Os retornos são mais instáveis, porque são dirigidos principalmente pela atividade de M&A. É um dos downsides do investimento neste tipo de empréstimos. Proporcionam retornos simpáticos, mas em determinado ponto, quando há decréscimos na atividade de M&A, o mercado encolhe”, esclarece o professor.
Adicionalmente, e como em qualquer ativo financeiro, o retorno tem um custo: o risco. No caso dos leveraged loans o investidor enfrenta tanto risco de crédito como de mercado. No entanto, o primeiro poderá ser mitigado pela existência de colateral, enquanto que a reduzida duration e baixa volatilidade deverá mitigar o segundo. A taxa média de default ronda os 2% e, no caso das emissões senior com colateral, a taxas de recuperação em caso de default é de cerca de 70%.