Um inquérito da Fidelity revela que o diálogo impulsionado pelos investidores é o vetor de mudança mais importante nas práticas de governance e a regulação nas práticas ambientais e sociais.
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Um inquérito da Fidelity revela que o diálogo impulsionado pelos investidores é o vetor de mudança mais importante nas práticas de governance, enquanto a regulação é ligeiramente mais eficaz no que concerne as práticas ambientais e sociais. Assim o revela o inquérito ESG a Analistas 2021 da Fidelity International, que mostra que as mudanças na parte da governance geralmente são mais rápidas de pôr em marcha e fáceis de supervisionar que os fatores ambientais e sociais.
“A velocidade é importante, porque o prazo no qual os acionistas e obrigacionistas investem numa empresa poderá ser mais curto que o prazo necessário para realizar mudanças ambientais e sociais. Por exemplo, separar funções de CEO e presidente é mais fácil de realizar e medir do que mudar a tecnologia empregue nos trabalhos de fabricação”, explicam na entidade.
Assim o resume um analista de consumo discricionário que cobre a América Latina. “Não é que o diálogo seja ineficaz em si mesmo nos aspetos ambientais e sociais, mas demora mais tempo a pôr-se em prática, admite mais nuances, torna-se mais difícil de medir e o resultado final demora mais. O diálogo continua a ser importante, mas também é importante apoiar vias de melhoria mais reguladas”.
O papel do diálogo
Não obstante, o diálogo impulsionado pelos investidores, quer seja colaborativo, quer seja individual, tem um papel importante a desempenhar na hora de impulsionar mudanças ambientais e sociais. Além disso, a regulação e o diálogo estão cada vez mais entrelaçados, já que o cumprimento da normativa por parte de uma empresa costuma ser a bitola que utilizam os investidores para avaliar os fatores ambientais e, em menor medida, os sociais.
Um analista que cobre os fabricantes automobilísticos europeus expôs o seguinte: “Devido ao enorme custo de desenvolver veículos elétricos, os fabricantes de carros precisam desesperadamente de convencer os investidores das suas estratégias de cumprimento para poderem aceder ao capital a menor custo. Do mesmo modo, o risco para a perceção de uma marca de um fabricante de carros que sistematicamente incumpre a normativa é outra forma que têm estas fontes de influência de trabalhar em paralelo. Assim, ainda que a regulação possa ser um fator dominante, na minha experiência, trabalha em paralelo com a pressão dos investidores e consumidores”.