2020: Um mercado dinâmico, mas com poucos fundos mobiliários novos

Apesar do ano positivo em termos de evolução dos ativos sob gestão na indústria nacional de fundos mobiliários, 2020 foi um período de poucas mudanças no mercado face a 2019, nomeadamente ao nível de novos fundos. Contudo, não foi um ano sinónimo de pouco dinamismo. Muito pelo contrário. 2020 ficou marcado pelo nascimento de uma nova entidade - a Biz Capital – e da Casa de Investimentos como entidades gestoras de fundos mobiliários. Compilando os dados disponibilizados pela CMVM durante o ano passado, observamos que apesar do ano positivo em termos de novas entidades, apenas foram lançados três novos produtos no mercado de fundos mobiliários. As grandes alterações foram ao nível das fusões por incorporação, mais concretamente, a realização de seis fusões de fundos, de três entidades gestoras. De notar ainda que todos os lançamentos e fusões durante o ano passado foram feitos durante o segundo semestre, mais concretamente durante o quarto trimestre do ano.

Ao nível de novos fundos, a primeira novidade ocorreu em setembro. A IM Gestão de Ativos lançou para o mercado um fundo de investimento mobiliário de mercado monetário – o IMGA Money Market USD, gerido por Filipa Venda. Passado um mês, em outubro, surge o segundo novo produto de 2020. Desta vez um fundo de investimento mobiliário de ações de poupança reforma – o Casa Global Value PPR/OICVM – gerido pela Casa de Investimentos. Este lançamento marca o início da entidade Casa de Investimentos como gestora de fundos mobiliários. Pode ler-se num artigo realizado em novembro pela FundsPeople que a estratégia de investimento do fundo está focada na qualidade das empresas que reúnem um determinado conjunto de características: negócios com vantagens competitivas duráveis, balanços sólidos e retornos de capital acima da média.

Já em novembro, depois do surgimento, em outubro, da entidade gestora Biz Capital, esta lançava um fundo de investimento alternativo – o Biz Europa Bull. A própria gestora descreve no seu website que se trata de um fundo cuja carteira está orientada para a “aquisição de ações, obrigações com direito de subscrição de ações, obrigações convertíveis em ações, warrants e qualquer outro tipo de valor que confira o direito de subscrição de ações, seja convertível em ações ou tenha a remuneração indexada a ações, de sociedades da União Europeia, Suíça e Noruega”. 

Adicionalmente Armando Nunes, board director e CEO do Grupo Biz, esteve em destaque na revista 32 da FundsPeople. O CEO revelou as nuances do serviço prestado pela entidade, assim como as particularidades de um processo de seleção de títulos assente em recurso a algoritmos de Inteligência Artificial e modelos computorizados. 

Fusões

Como já referido, as grandes alterações em 2020 no mercado de fundos mobiliários ocorreram ao nível das fusões. A IM Gestão de Ativos, no mês de novembro, incorporou o fundo de ações IMGA Eurofinanceiras no IMGA European Equities, gerido por António Dias, e o IMGA Mercados Emergentes no IMGA Global Equities Selection, sob alçada de David Afonso. Também no mesmo mês, houve ainda a fusão por incorporação do fundo de ações NB Ações Europa no NB Momentum da GNB Gestão de Ativos, a cargo de Fatima Só. Esta fusão deu origem ao NB Momentum Sustentável.

A entidade com mais destaque ao nível de fusões foi a Montepio Gestão de Ativos com a fusão por incorporação de três fundos de ações num único. Assim, no último mês do último ano, o Montepio Ações, o Montepio Capital e o Montepio Ações Internacionais foram incorporados no Montepio Ações Europa. 

Fundos lançados em 2020

Fusões em 2020