"A semana que hoje termina fica marcada pela instabilidade política em Portugal. De facto, as movimentações não esperadas ocorridas no governo tiveram impacto negativo no mercado accionista português, levando o PSI-20 a uma queda de 2,7%. A queda do mercado fica marcada pela volatilidade – observámos dois dias de variações superiores a 3% no índice - e pelo aumento de volumes nas acções nacionais – volumes transaccionados quase duplicam na semana face à média dos últimos 3 meses", referiu Nuno Marques, gestor de fundos na Banif Gestão de Activos.
Na Europa, Madrid caiu 1,67% para perto dos 7900 pontos enquanto nas bolsas de Frankfurt e Paris as descidas oscilaram entre 2,36% e 1,46 %, respectivamente.
Na NYSE Euronext Lisbon, na sessão desta sexta-feira, do sector financeiro apenas o BES encerrou a subir 0,17% para os 0,606 euros. O BPI recuou 1,13%
para os 0,879 euros e o BCP desceu 2,25% para os 0,087 euros. As acções do Banif tiveram uma variação negativa de 2,30%, fechando nos 0,085 euros .
No sector das telecomunicações, a Sonaecom somou 0,33% para os 1,539 euros enquanto a Zon Multimédia desceu 1,07% para os 3,700 euros e a Portugal Telecom deslizou 1,33% para os 2,822 euros.
No sector energético, a EDP e a EDP Renováveis progrediram 0,08% e 0,89%, respectivamente, para 2,370 euros e 3,875 euros. A REN desceu 0,87% para 2,171 euros e a Galp Energia desvalorizou 0,09% para 11,540 euros.
A retalhista Jerónimo Martins também fechou em terreno negativo, recuando 0,56% para 15,970 euros.
Nuno Marques deu destaque, ainda, para "o facto de a dívida pública portuguesa ter sido bastante penalizada, com a 'yield' das obrigações a 10 anos a alargar perto de 70 pontos base, impactando bastante o sector financeiro".
Em conclusão, na semana, "as acções do BCP destacam-se pela negativa com uma queda de 9,4% assim como as acções da Altri e Sonae Indústria com quedas de 8,9% e 6,6%, respectivamente. Pela positiva temos a Portucel e a Galp com valorizações de 3,2% e 1,45%".
A entidade reguladora levantou, entretanto, a proibição de 'short-selling', que vigorou na passada quinta-feira, para os títulos que tinham registado uma desvalorização igual ou superior a 10% na quarta-feira (Banif, BCP, BES, Sonae Indústria).