Ativos geridos por fundos de pensões recuam, em trimestre marcado por um movimento do grupo CGD

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Créditos: Charl Folscher (Unsplash)

Os dados trimestrais da APFIPP referentes ao segmento de fundos de pensões em março, mostra um decréscimo significativo no período no que toca ao património gerido por estes produtos. Segundo o relatório trimestral da Associação, a 31 de março os ativos geridos somavam 18.057,4 milhões de euros. Este é um montante que reflete uma quebra de 14,4% face ao final do primeiro trimestre de 2023, como demonstrado nos dados da APFIPP:

Fonte: APFIPP. Apenas são considerados os fundos geridos pelas Associadas da APFIPP. De acordo com dados da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, em 31 de março de 2023, os fundos geridos por estas sociedades representavam, 98,7% do total de fundos de pensões portugueses

Liquidação por transferência influencia ativos

A principal razão para esta redução, adianta a APFIPP nas informações do relatório trimestral, "prende-se com a liquidação, por transferência para a Caixa Geral de Aposentação do valor dos ativos e respetivas responsabilidade de um Fundo de Pensões Fechado, gerido pela CGD Pensões". No relatório e contas da entidade, é indicada precisamente a "extinção deste fundo, com efeitos a 31 de dezembro de 2022, revertendo para a CGD todo o respetivo património e passando as responsabilidades para a Caixa Geral de Aposentações".

No mesmo sentido, informações online do governo português, datadas de 2 de fevereiro de 2023, indicam precisamente que o conselho de ministros tinha aprovado "a extinção do Fundo de Pensões de Pessoal da CGD e a transferência para a Caixa Geral de Aposentações das responsabilidades e do valor correspondente para lhes fazer face". Segundo os números da Associação, a CGD Pensões passou de 4.153,6 milhões de euros de ativos geridos em dezembro de 2022, para 847,4 milhões no final de março deste ano.

Reflexo na gestão de patrimónios

Analisando o relatório trimestral de outro segmento, o da gestão de patrimónios, verifica-se precisamente um movimento no montante que é alocado a fundo de pensões, que se reduziu em mais de metade no segundo trimestre. Os fundos de pensões passaram de 6.410 milhões de euros para 3.552 milhões no final de março. Um movimento da mesma escala, por seu turno, aconteceu na rubrica outros investidores, como se verifica abaixo, tendo crescido 59%, para os 8.364 milhões de euros.

Evolução das carteiras das sociedades gestoras de patrimónios, por tipo de cliente

Fonte: APFIPP