2015 será o ano em que as estratégias de smart beta vão ter uma descolagem definitiva tanto ao nível da popularidade entre os investidores, como no desenvolvimento até níveis superiores de sofisticação. Esta é a convicção da BlackRock.
É mais do que sabido que janeiro é o mês de fazer desejos positivos. O segredo reside em ter a vontade de cumprir com esses objectivos, e isso aplica-se tanto às coisas da vida quotidiana, como nas finanças. Sarah Shores, gestora da BlackRock, utiliza esta ideia para escrever uma lista com cinco previsões para 2015 centradas no investimento em smart beta. Esta classe de estratégias que combina elementos da gestão ativa com a gestão passiva, acaba de terminar um ótimo ano: segundo dados da BlackRock, o património dos produtos smart beta de ações quadriplicaram em 2014 face a 2008.
1. Menos conversa e mais ação
Como cantava Elvis Presley no seu êxito de 1968, “A Little less conversation”, Shores propõe como primeira previsão para 2015 que este será o ano em que a indústria passa a barreira do nível do debate sobre o que é o smart beta e se é uma etiqueta adequada para este conjunto de estratégias, para se centrar em discussões sobre o seu potencial para melhorar os retornos. “O foco um pouco pedante no nome, distrai acerca do facto de o smart beta poder ser um dos progressos mais significativos no contexto de investimento desta década", afirma.
Sarah Shores prevê que para este ano se possa ver “um maior acordo nas classificações comuns da categoria que descreve como diferentes tipos de smart beta, que podem servir para diferentes propósitos”. “Isto pode ajudar os investidores a comparar as estratégias de smart beta e o papel que podem ter nas suas carteiras”.
2. Mais respeito em relação a estas estratégias
Além de acreditar que se deveria terminar com as discussões sobre se o nome é adequado ou não, Shores também acredita que poderá terminar o eterno confronto entre gestão ativa e passiva. “Os puristas estarão de acordo que o smart beta não é ativo nem passivo, e eu estou inclinada a concordar. É simplesmente smart beta, incluindo elementos de investimento ativo e passivo”, assinala. Por isso, a sua segunda previsão é de que este ano os investidores vão começar a reconhecer estas estratégias como uma categoria de direito próprio e, por isso, irá ser incluída como uma peça à parte da sua alocação para estratégias ativas e passivas.
3. Smart Beta 2.0
À medida que os investidores se vão familiarizando mais com esta forma de investir, Shores crê que as estratégias de smart beta vão evoluir para uma maior sofisticação, a partir dos ETFs que investem em índices criados ad hoc por critérios distintos aos da capitalização. “Como é que podemos gerar exposição a uma classe de ativos em concreto de forma a que melhore a diversificação e os retornos ajustados ao risco, ou de forma a que se tomem vantagens das anomalias do mercado? Isso é o smart beta”, diz.
4. Caçadores de rentabilidade
A especialista afirma que a “procura de rentabilidade é talvez o maior desafio que os investidores enfrentam no atual clima de baixas taxas de juro”. Explica igualmente que “os índices tradicionais de obrigações atualmente estão direcionados para obrigações de maior duração, um bias que pode prejudicar os investidores, caso as taxas subam, e têm as maiores exposições a empresas ou países com maiores quantidades de dívida, o que aumenta potencialmente o risco de default”. A especialista acredita que as estratégias de smart beta aplicadas a obrigações podem posicionar-se em 2015 “como uma alternativa atrativa aos índices passivos tradicionais de obrigações”.
5. O renascimento das estratégias de mínima volatilidade
A última previsão da representante da BlackRock tem a ver com as estratégias de mínima volatilidade, populares durante 2012 e 2013, e que tinham ficado em segundo plano em 2014. Depois do aumento da incerteza nos últimos meses, Shores antecipa que esta classe de estratégias voltará a entrar no radar de muitos investidores “como uma forma de manter a exposição a ações enquanto procuram menos riscos”.