Como funcionam as obrigações catástrofe, um ativo no seu auge para diversificar as carteiras

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Créditos: Nadiya Ploschenko (Unsplash)

Dentro dos ativos de obrigações há um tipo de obrigações cuja rentabilidade não depende da evolução das taxas de juro nem da solvência das empresas, mas de que não aconteçam catástrofes naturais. As Catastrophe Bonds, mais conhecidos como cat bonds repetem-se cada vez mais nas carteiras com claro objetivo: diversificar e descorrelacionar-se do mercado.

Tal como se observa no gráfico deste mercado só cresceu. Este ano já emitiram mais de 10000 milhões de dólares, segundo dados de Artemis. Explicamos o conceito na FundsPeople.

O que são obrigações catástrofe?

Estas obrigações são instrumentos emitidos pelas seguradoras que pagam aos investidores um cupão com a condição de que um fenómeno natural não aconteça (quer seja um furacão, um terramoto, uma inundação, uma pandemia etc.). Caso contrário, se antes do vencimento da obrigação acontecer uma catástrofe, a seguradora poderá ficar com o principal das obrigações, empregando os recursos para pagar aos seus assegurados. Será a forma mais simples de explicar como funcionam as obrigações catástrofe. Estamos a falar de uma transferência de risco.

Ao contrário das obrigações soberanas ou corporativas, os investidores não estão expostos ao risco de crédito do emissor, mas à perda do seguro. Outra das características que os torna atrativos é o pagamento dos cupões, já que em várias ocasiões costumam ser elevados.

Por outro lado, este tipo de ativos oferece muito pouca correlação nos mercados tradicionais de obrigações e ações ao não estar sujeito ao seu comportamento. Não obstante, o principal risco que assume este tipo de produto é como explicam na Self Bank (Singular Bank), a possibilidade de que aconteça o fenómeno natural.

Alternativa de investimento no desenvolvimento sustentável

O mercado de obrigações catástrofe, tradicionalmente ligada ao setor de seguros e resseguros, captou também a atenção de outro tipo de investidores. Falamos de fundos de investimento, fundos de pensões, fundos soberanos e investidores com foco no investimento socialmente responsável. Assim, os emissores também estão a mudar e, onde antes se podia falar de monopólio de seguradoras, estamos a ver emissões deste tipo de obrigações por parte de empresas como a Amazon.

Rebeca Godoy, especialista de mercado na Africa Risk Capacity, explica que esta dinâmica ajudará o mercado a tornar-se cada vez mais eficiente. No gráfico seguinte podemos observar a perda média esperada e o preço do cupão para cada ano de emissão.