O gestor do Janus Henderson Absolute Return, popular fundo de gestão alternativa da Janus Henderson, atendeu a chamada da FundsPeople para explicar a sua visão macro e de mercado, bem como para falar do seu posicionamento atual para enfrentar o atual contexto.
O Janus Henderson Absolute Return é um dos fundos de gestão alternativa com mais património no mercado ibérico. O produto, que este ano conta com Rating FundsPeople, é gerido por Luke Newman, que atendeu à chamada da FundsPeople com o objetivo de conhecer a sua visão macroeconómica e de mercado, bem como o posicionamento que mantém para fazer frente a um contexto que, tal como descreve, começa a tornar-se novamente mais natural.
Uma das novidades mais destacáveis da sua estratégia é que “a exposição bruta do fundo aumentou consideravelmente este ano, e a minha previsão é que continue a aumentar à medida que o contexto fundamental melhora para o investimento, com uma dispersão maior e mais racional entre os ativos”. De facto, esta é a declaração de convicção da equipa. “Entretanto, a exposição líquida continua a ser menor, o que reflete o equilíbrio de riscos que os mercados de ações enfrentam em várias frentes do futuro”, explica.
Na equipa, continuam a encontrar oportunidades, tanto na parte longa como na parte curta da carteira. Na parte longa, duas áreas-chave nas quais se centra atualmente a equipa são os setores energético e financeiro no Reino Unido e na Europa. Na parte curta, continuam a centrar-se em indústrias e setores expostos a um consumo americano vacilante.
“Além disso, continua a haver amplas oportunidades ao nível dos valores individuais, com os balanços das empresas em destaque num contexto de maiores custos de financiamento. A título de exemplo, estão a surgir oportunidades na parte curta da carteira à medida que os desafios se agudizam para as empresas mais alavancadas a meio de planos de refinanciamento da dívida”, sublinha.
Visão macroeconómica e de mercado
Newman explica que a resposta política coordenada dos bancos centrais, decididos a abrandar as pressões inflacionistas, pôs fim à Era das taxas de juro próximas de zero. Trata-se de uma mudança drástica de contexto para os investidores long/short. “Criou um conjunto de oportunidades muito mais rico para a geração de alfa, abrindo a possibilidade de atingir melhores níveis de yields dos investimentos em relação aos últimos anos, sem aumentar o risco e a volatilidade”.
Na sua opinião, os responsáveis políticos continuam a ter claro que as taxas de juro elevadas serão necessárias durante um período mais longo do que muitos esperam. “Isto implica o regresso a um contexto de níveis de dispersão mais altos entre os distintos títulos, especialmente no que diz respeito às valorizações, em consonância com a nossa experiência histórica de taxas de desconto mais elevadas. Quando olhamos para momentos anteriores da carreira de investimento da equipa, fica claro que este é um contexto muito mais natural quando se trata de pôr o dinheiro a trabalhar”.A rentabilidade do fundo num ano (desde 30 de setembro) situa-se agora acima da média a longo prazo da estratégia nos últimos 19 anos e, significativamente, acima do período da política monetária ultraflexível de que saímos. “Isto demonstra a nossa convicção de que as mudanças na estrutura do mercado e o regresso a um contexto de taxas de desconto positivas adaptam-se melhor à nossa abordagem de investimento”, destaca.