O guru da Franklin Templeton Investments relata o potencial que se pode encontrar no atual desenvolvimento de projetos de infraestrutura energética no continente africano.
O departamento de estatísticas norte-americanas da energia provam que em 2011 toda a África subsariana possuía apenas 78 gigawatts de capacidade de gerar energia, com 44 a pertencerem à África do Sul Em comparação, nos EUA, a capacidade instalada é de 1,053 gigawatts. É com esta comparação que o guru da Franklin Templeton Investments, Mark Mobius, apresenta a sua crença de que o investimento em infraestruturas é chave para “o desenvolvimento da economia em África”, mais especificamente ao nível do fornecimento de energia elétrica.
Esta é uma das perspetivas que o executive chairman do Templeton Emerging Markets Group apresenta para 2015, e prossegue com mais dados que comprovam a sua convicção. “Em média apenas 30% dos cidadãos da África Subsariana têm energia elétrica, e mesmo onde o abastecimento existe, o fornecimento pode ser esporádico”, refere. No entanto lembra que a grande dimensão do desafio que se coloca em relação a este problema é comprável com os esforços feitos para o resolver.
Problemas inerentes
Uganda, Moçambique ou Gana estão entre a lista de países onde já existem os maiores planos de energia hidroelétrica a serem executados ou então em vias de serem implementados. O problema, diz Mobius, é conseguir “distribuir a energia produzida por estes mega projetos, dada a enorme dimensão de África, a dispersão da população e o baixo rendimento per capita que encoraja a uma vandalização do poder energético”.
A este nível recorda um projeto específico: o “Power Africa”, patrocinado pelos EUA, que visa fornecer financiamento e conhecimento de forma a encorajar as relações de entre as empresas e os governos africanos.
Oportunidades para os investidores
O especialista da Franklin Templeton sublinha que são muitas as vantagens que se interpõe no caminho dos investidores relativamente a esta temática. “Os projetos de maior dimensão podem traduzir-se em negócios substanciais para o governo, mas também para os fornecedores e para os empreiteiros”, indica.
Salienta que esquemas como o do Power Africa “tendem a ser liderados por empresas norte-americanas, mas os parceiros africanos também estão envolvidos, e uma parte significativa do projeto baseia-se em incentivar os governos africanos a privatizar a área da geração de energia”.
“Acima de tudo acreditamos que a disponibilidade de energia elétrica confiável pode suster taxas de crescimento económico sustentáveis em África, ajudando a enriquecer potencialmente a população, incentivando ainda à criação de mercados para novos consumidores”, conclui.