Já não há dúvida. Bernanke retirará o pé de acelerador e a notícia foi mal recebida pelos mercados. O que se passará a partir de agora?
O presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Ben Bernanke, levanta o pé do acelerador com a fixação de um calendário claro sobre como se irá eliminar a política de flexibilização quantitativa (QE) se o mercado laboral continuar a melhorar, como se espera, um processo que, segundo o máximo responsável da autoridade monetária norte-americana, começará este mesmo ano e terá o seu fim no verão de 2014. A reacção dos mercados financeiros não demorou para se manifestar, com quedas significativas tanto nas acções como nas obrigações desde o final da semana passada. E a partir de agora?
O anúncio feito por Bernanke não foi para Rick Rieder, director de investimentos da equipa de obrigações fundamentais da BlackRock, nenhuma surpresa. “Como esperávamos, o presidente da autoridade monetária deixou claro que continuará flexível relativamente à compra de obrigações, embora indique que o programa poderá finalizar em meados do ano que vem”. No entanto, o especialista considera que, a curto prazo, a Fed não adoptará nenhuma medida que possa fazer disparar as taxas de juro, de forma a não asfixiar o crescimento.
Na opinião de Rieder, “a conclusão para os investidores é que devem continuar muito atentos aos sinais de crescimento (não só a taxa de desemprego, que está a melhorar, como também os dados da população activa), assim como a provas de uma incipiente pressão inflacionista. Quando vemos estes sinais, é muito provável que as taxas de juro aumentem de forma significativa”, assegura o director de investimento de obrigações fundamentais da gestora norte-americana.