No gráfico da semana, João Lampreia, da equipa de research do BiG, compara a evolução da yield da Bund a 2 anos com o Eurostoxx 50.
A correlação negativa entre as taxas de juro alemãs (2 anos) e o mercado accionista Europeu (Eurostoxx 50) vigente, sobretudo, desde o início da implementação das políticas de Quantitative Easing pelo BCE (Abril/2015) acentuou-se em 2017 - tendência que exacerba os riscos de um eventual taper tantrum, o qual poderia despoletar um squeeze agressivo das taxas e acarretar um impacto negativo no mercado accionista, isto depois do tão aclamado Fórum do BCE realizado em Sintra ter sinalizado a alteração do paradigma em torno da actual política monetária expansionista do BCE (e não só!). Não obstante o contexto de subida das taxas de juro sugerir cautela, a correlação histórica positiva observada entre acções e yields revela-nos que os fundamentais macroeconómicos subjacentes, o estágio do ciclo de earnings e os riscos geopolíticos traduzem factores que, no longo prazo, deverão prevalecer sobre a direcção da política monetária do BCE. Num ciclo de expansão já relativamente longo e assimétrico num contexto absolutamente multipolar, yields mais elevadas poderão assim não constituir um óbice a ganhos adicionais do mercado accionista.