É possível encontrar empresas com baixa risco e rentabilidade atrativa

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Claus Vorm. Créditos: Cedida (Nordea AM)

TRIBUNA de Claus Vorm, gestor da estratégia Global Stable Equity da Nordea AM. Comentário patrocinado pela Nordea AM.

Na década de 60, existia uma forte crença sobre a forma mais acertada de avaliar o risco/retorno na seleção de títulos em carteiras de ações (CAPM: Capital Asset Pricing Model de William Sharpe). No entanto, três décadas mais tarde, um estudo em particular (Fama & French) corroborou a teoria original. Contrariamente à crença original, onde um maior risco implicava um maior retorno, este aclamado estudo demonstrou o oposto (a existência de uma anomalia de mercado, “onde era possível encontrar empresas com menor risco/beta e uma rentabilidade semelhante ou maior”). 

Como ilustrado no gráfico que se segue, existem empresas no universo de ações que normalmente operam, implementam e fazem o seu capital crescer de uma forma conservadora. Este tipo de empresas tem uma natureza fundamental menos volátil (preço, lucros, dividendos, fluxos de caixa, EBITDA), gerando resultados económicos estáveis no longo prazo, oferecendo maiores retornos ajustados ao risco em comparação aos seus pares de mercado (Global Equity Benchmark: MSCI World Index).

Sabendo que esta anomalia existe, faz sentido questionar: Porque é que os gestores de carteiras e os investidores parecem ter pouco interesse nas ações de baixo risco? Existem várias formas de responder a esta pergunta, mas só para colocar as coisas em perspetiva, é surpreendente ver que uma pesquisa no Google por baixa volatilidade fornece mais de 115 milhões de resultados. No entanto, quando se compara com outros estilos/fatores como value e growth, é ainda mais surpreendente ver quão relativamente desconhecido é este fator sistemático tão apoiado academicamente.

Agora, deixando isto de lado e voltando à tradicional construção de carteiras, a resposta reside basicamente na seleção de títulos realizada pelos gestores de carteiras. De facto, estes costumam selecionar ações dentro de um universo de investimento que se limita às empresas disponíveis num índice de referência específico. Além disso, nos casos em que decidem investir fora do índice de referência, é porque por detrás dessas empresas há histórias extraordinariamente boas (Tesla, Amazon, Netflix, …), o que costuma implicar um maior nível de risco com a esperança de um crescimento acima da média. Deste ponto de vista, as ações de baixo risco são frequentemente vistas como pouco atrativas e, por isso, tendem a ser desprezadas, levando muitas vezes a valorizações mais baixas.

Tal como no velho e famoso conto A Tartaruga e a Lebre nos ensinou, a consistência no longo prazo também é importante no âmbito dos investimentos. Numa perspetiva a longo prazo, o investimento em ações não é apenas uma escolha entre value e growth. Isto é apoiado empírica e academicamente, demonstrando como é difícil escolher o melhor momento para se posicionar entre estilos, como o growth ou o value. Além destes dois estilos, os investidores têm mais ferramentas para melhorar os perfis de retorno-risco das suas carteiras. Embora a investigação de Fama & French tenha abrangido um período histórico que se estende de 1928 a 2003, os recentes dados indicam que esta anomalia ainda persiste nos atuais mercados de ações globais. A partir destes resultados, durante quase duas décadas, a Multi Assets Team da Nordea tem seguido um processo de investimento (ilustrado no gráfico anterior) cujo objetivo é identificar este segmento específico do mercado de ações, misturando diferentes fatores (baixo risco, elevada qualidade e value). 

A estratégia Nordea Global Stable Equity investe em ações globais estáveis, que são normalmente menos sensíveis a ciclos económicos face ao mercado em geral, uma vez que as empresas selecionadas oferecem produtos ou serviços na maioria essenciais para o consumo diário (desde alimentos básicos e cuidado pessoal à prestação de serviços públicos e muitos bens e serviços de tecnologia). Embora estas empresas desfrutem de uma procura consistente e resiliente ao longo do ciclo económico, é essencial identificar empresas capazes de complementar a procura constante com um forte poder de fixação de preços. Isto é particularmente importante num contexto inflacionista, como o que estamos a atravessar atualmente. Além disso, é crucial visar empresas com balanços contabilísticos sólidos (ou seja, com qualidade nos seus fundamentais), podendo assegurar que o crescimento das vendas se traduza num crescimento dos lucros (crescimento rentável). Por último, mas não menos importante, uma valorização razoável é algo a ter em atenção, especialmente depois da significativa queda das ações em 2022, quando as taxas de juro aumentaram. Os segmentos de mercado com valorizações mais elevadas são os que mais sofrem com as subidas das taxas de juro. 

Em geral, as empresas globais estáveis oferecem um elemento de proteção contra a inflação, sem serem altamente cíclicas, com menor sensibilidade às variações nas taxas de juro e menos vulneráveis aos riscos de recessão/menor crescimento económico. Estas caraterísticas de resiliência traduzem-se numa menor volatilidade, beta e drawdowns. De facto, ao comparar a performance histórica com outras estratégias de ações globais, existe um padrão claro de um maior nível de estabilidade e consistência (retorno ajustado ao risco). 

Em suma, uma maior proteção contra os períodos de descida de mercado e o efeito composto demonstraram oferecer uma solução única para os investidores a longo prazo.


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