O Estudo de Investidores Globais da Schroders de 2016 é peremptório nas suas conclusões no que concerne os investidores portugueses: poderão estar a confiar demasiado na reforma do Estado como fonte de rendimento. Com uma expectativa de 19,7 anos de vida, em média, depois da reforma, os inquiridos esperam que a pensão do Estado represente apenas 29% do seu rendimento na reforma. No entanto, este valor é significativamente mais optimista do que a média global (19%), ficando apenas aquém da Alemanha, Espanha e Bélgica. Os investidores portugueses apontam outras poupanças (18%), pensões pessoais (11%) e pensões das empresas (14%) como os principais complementos.
Quando questionados sobre as razões pelas quais investem, apontam reinvestir o rendimento e aumentar a carteira (52%), complementar o seu salário/rendimento (48%), proporcionar um rendimento para os filhos/familiares (37%) e complementar as poupanças para a sua pensão/reforma (28%) como as principais razões.
Já no que concerne ao horizonte de investimento e expectativas de retorno, os portugueses mostram um excessivo optimismo relativo, esperando manter um investimento em carteira por apenas 2,2 anos com um retorno esperado na ordem dos 8,3%. Cerca de 41% procura retornos superiores a 10%.
A conjugação de todas estas leituras leva a uma conclusão evidente: os portugueses apresentam uma confiança acima da média na reforma do Estado como fonte de rendimento na reforma e poderão chegar à conclusão que não pouparam o suficiente. Como salienta Carla Bergareche, diretora Geral da Schroders para Espanha e Portugal, “os resultados do nosso Estudo de Investidores Globais de 2016 destacaram duas facetas dos investidores portugueses: a sua visão de curto prazo no que se refere aos investimentos e a sua confiança no sistema de pensões estatal no planeamento das suas reformas”.