Que estratégias aguentaram melhor e quais sofreram mais no ano da COVID-19

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Créditos: Héctor J. Rivas (Unsplash)

Há um ano a vida mudou. No ano passado por esta altura o Governo anunciava um confinamento da população para travar a expansão de um vírus de seu nome COVID-19 contra o qual ainda continuamos a lutar. O confinamento ia durar duas semanas, mas acabou por se prolongar. A essa primeira onda sucederam-se uma segunda, uma terceira e agora já se fala de uma quarta. A incerteza tornou-se numa constante e assim continuará a ser até que se consiga a imunidade de grupo que permita retomar a vida de antes. Uma imunidade que só se pode conseguir com a campanha de vacinação.

Esta incerteza que nos acompanhou em todos os aspetos da vida no último ano, também se notou no mercado de valores. No fim de fevereiro, as ações começavam a negociar com fortes quedas, o que demonstrava que a pandemia seria muito prejudicial para a economia, que não era um vírus chinês e que o seu impacto não era comparável ao provocado pelo SARS em 2003. A consequência foi ver o mundo entrar na pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial, mas também provocou uma coordenação a nível global de bancos centrais e governos com o único objetivo de que essa recessão fosse o mais curta possível.

Os mercados aguentaram melhor do que bem

Essa ação coordenada dos bancos centrais, com as suas medidas de política monetária ultra flexível, e os planos de estímulos dos Governos, que tanto impactaram positivamente no PIB, explica que apesar do péssimo ano que foi 2020 em muitos aspetos, os mercados aguentaram bem em muitos casos (a famosa desconexão entre Main Street e Wall Street). De facto, como se pode ver num gráfico da Candriam, houve mais mercados que despediram 2020 com subidas do que aqueles que o fizeram com números vermelhos.

“O mercado bullish das ações desde março passado pode ter sido impulsionado em parte pela força de certos setores, mas também foi alimentado pela esperança da humanidade de superar a pandemia. É inútil tratar de desvincular a emoção dos preços dos ativos”, afirmam na Wisdom Tree.

A importância das últimas semanas

O mesmo pode ser visto quando se analisa a rentabilidade por categoria dos fundos com os dados da Morningstar. Das 231 categorias, só 31 apresentam rentabilidades médias negativas a 12 meses.

Entre as categorias mais rentáveis figuram muitas temáticas como os fundos que investem no setor da energia alternativa ou os que o fazem em tecnologia, além de outras especializadas no investimento em pequenas e médias empresas. Na outra face da moeda situam-se categorias como as obrigações japonesas, o setor imobiliário direto ou a dívida dos EUA tanto nos seus prazos longos como nos curtos.

As mais rentáveis

Categoria MorningstarRent. 1 ano anualizada (em %)
Ações Setor Energia Alternativa106,16
Ações Nórdica Cap. Med/Peq99,57
Ações USA Pequena Cap. 81,74
Ações Sector Tecnologia80,66
Ações Noruega78,59
Fonte: Morningstar. Dados a 15 de março de 2021

As menos rentáveis

Categoria morningstarRent 1 ano anualizada (em %)
Imobiliário – Direto Outros-10,81
Obrigações JPY-9,88
Obrigações Dívida Pública USD-7,66
Mercado Monetário USD-6,99
Mercado Monetário Curto Prazo USD-6,94
Obrigações Curto Prazo CHF-5,59
Fonte: Morningstar. Dados a 15 de março de 2021

Este último foi influenciado pelas fortes quedas vistas nas últimas semanas nos EUA, provocadas pelo medo de um novo taper tantrum da Fed como consequência de um aumento da inflação e de um crescimento demasiado abrupto. De facto, a inflação tornou-se no grande risco deste 2021, partilhando o protagonismo com outros assuntos entre os quais se destacam a campanha de vacinação.