Alternativas à liquidez? Três estratégias de obrigações de curta duração para investidores cautelosos

Leonardo Fernández. Schroders
Leonardo Fernández. Créditos: cedida (Schroders)

TRIBUNA de Leonardo Fernández, diretor-geral para a Península Ibérica da Schroders. Comentário patrocinado pela Schroders.

Nos últimos tempos, os investidores mantiveram altos níveis de liquidez, bem como de investimentos em fundos monetários. A subida das taxas foi, sem dúvida, um grande estímulo para apostar na liquidez. No entanto, o contexto está a mudar, e é preciso pensar em como reajustar esta parte mais conservadora das carteiras de investimento, tendo em vista as primeiras descidas de taxas que o Banco Central Europeu deverá efetuar ainda este ano. Advertisement

Uma opção que tem vindo a ganhar força são as obrigações, e, especificamente dentro deste ativo, como primeiro passo, os fundos de menor duração. Este tipo de estratégias parecem-nos uma alternativa adequada para os investidores mais cautelosos que procuram um fundo com um nível relativamente baixo de sensibilidade às taxas de juro (ou duração), visto que, embora não estejam isentas de risco, dão foco à preservação do capital.

Há diversas razões para considerar os fundos de dívida de curta duração, começando pelas valorizações atrativas que esta subclasse de ativos oferece. O facto de os últimos dois anos terem sido complicados para as obrigações faz com que, agora, estas apresentem valorizações atrativas para os investidores. Por exemplo, tal como se observa no gráfico abaixo, as yields do índice Bloomberg Euro Aggregate a 1-3 anos encontram-se acima da mediana a 10 e 20 anos.

Em segundo lugar, a queda das yields supõe um estímulo adicional para a rentabilidade. É difícil prever o momento em que as yields irão alcançar o seu ponto máximo, mas é possível obter boas rentabilidades quando as yields ou as obrigações caem.

O gráfico seguinte compara o que teria acontecido, nas últimas duas décadas, à rentabilidade das obrigações em euros a curto prazo e à liquidez se se tivesse investido nas alturas em que as yields se situavam em máximos. E observa-se que as obrigações de curta duração teriam superado facilmente a liquidez.

Em terceiro lugar, é importante ver a grande dimensão da margem de segurança das obrigações a curto prazo. A boa notícia é que as yields mais elevadas, inclusive das obrigações a prazos relativamente curtos, oferecem agora a maior margem de segurança contra as perdas de capital desde há muitos anos.

Para além disto, é essencial ter uma visão sobre a direção do mercado para poder decidir sair da liquidez e lançar-se para o terreno das obrigações a curto prazo. Neste momento, o nosso cenário central é o de uma aterragem suave da economia, um cenário em que os bancos centrais fizeram o que era preciso para reduzir a inflação, mas não o suficiente para quebrar a economia.

Esta ideia leva-nos ao último argumento favorável às obrigações de curto prazo: com as taxas dos depósitos bancários ligadas às decisões de política monetária do Banco Central Europeu e de outros bancos centrais, é pouco provável que os investidores possam obter níveis de juro semelhantes aos dos últimos dois anos. Além disso, as taxas dos depósitos reais costumam ser inferiores aos sugeridos pelos bancos centrais. Por outro lado, ao investir em obrigações a curto prazo, os investidores têm a visibilidade destes altos níveis de retorno durante 3-5 anos.

Estratégias de curta duração para todo o tipo de perfis

Na Schroders, gerimos todo o tipo de estratégias de obrigações, desenvolvidas para atrair investidores com diferentes tolerâncias ao risco. Do investidor mais receoso ao que está mais disposto a abranger todo o espetro creditício, temos soluções adaptadas a todo o tipo de perfis: