TRIBUNA de Peter Bentley, codiretor de obrigações da Insight, parte da BNY Mellon IM. Comentário patrocinado pela BNY Mellon IM.
À medida que os bancos centrais, como a Reserva Federal dos EUA e o Banco de Inglaterra, lutam contra uma inflação obstinadamente elevada e aumentam as taxas de juro, os investidores em obrigações veem surgir novas oportunidades.
A recente subida das yields da dívida pública e o aumento dos spreads fazem com que o investimento em obrigações seja cada vez mais atrativo para os investidores a longo prazo. Não prevemos que as yields diminuam tão rapidamente como o mercado espera.
Acreditamos que existem oportunidades reais num mercado instável que é propício para os gestores ativos tirarem partido de perturbações mais amplas. Embora os mercados de dívida pública sugiram que estamos perto das taxas máximas, os movimentos irregulares das yields e a atual incerteza do mercado continuam a expor perspetivas de investimento positivas.
Certos mercados de obrigações estão a registar alguns dos seus níveis de rendimento mais elevados desde a crise financeira mundial. Estão a surgir oportunidades de crédito em subconjuntos de classes de ativos tão diversos como as obrigações corporativas com investment grade, os títulos garantidos por ativos, as obrigações municipais e a dívida corporativa dos mercados emergentes. A crescente atenção que se presta ao investimento responsável também está a estimular um forte interesse no investimento em obrigações de impacto.
Oportunidades nos EUA
Do ponto de vista das obrigações corporativas, acreditamos que uma abordagem de investimento ativa pode ajudar os investidores a identificar oportunidades positivas que os gestores passivos estariam mais inclinados a ignorar. Temos o exemplo dos EUA, onde os recentes problemas no setor bancário nacional regional levaram a significativas saídas de investimento, inclusive de alguns bancos com balanços sólidos e fundamentos subjacentes saudáveis.
Existem entidades norte-americanas conhecidas como bancos suprarregionais que, se estivessem na Europa, seriam muito provavelmente considerados líderes nacionais, dada a sua dimensão e capacidades. Estes bancos prestam serviço a grandes zonas dos EUA, mas não necessariamente a todo o país. E o mais importante, não costumam ter operações de banca de investimento potencialmente arriscadas.
Este estrato de bancos norte-americanos relativamente grande situa-se entre os bancos maiores e os bancos regionais mais pequenos e desfruta de uma regulação mais rigorosa, de uma menor dependência das margens de juro e de carteiras de empréstimos mais diversificadas do que os bancos regionais mais pequenos.
Historicamente, os investidores consideram que estes bancos são menos arriscados do que alguns dos maiores bancos e, na realidade, estão bem diversificados, sem qualquer exposição real à banca de investimento. O facto de o seu nome incluir a palavra regional numa altura em que muitos estavam preocupados com a crise da banca regional, levou à liquidação de títulos de vários destes bancos. No entanto, após uma análise minuciosa e cuidadosa, acreditamos que este grupo de bancos parece barata e pode ser menos arriscado do que outras oportunidades alternativas do setor bancário.
A nível mundial, o mercado de dívida corporativa dos mercados emergentes (ME) oferece um potencial de mercado importante, graças às previsões de crescimento do mercado a médio e longo prazo e a rendimentos comparativamente atrativos.
Encontrámo-nos num contexto de crescimento que favorece os mercados emergentes em detrimento dos desenvolvidos, e esta dinâmica positiva de crescimento costuma gerar entradas na classe de ativos de dívida corporativa dos mercados emergentes. A alavancagem líquida continua a ser mais baixa na dívida corporativa dos mercados emergentes do que nos mercados desenvolvidos de dívida com investiment grade e high yield, e as yields estão nos níveis mais atrativos das últimas décadas.