De volta aos mercados, Portugal financiou-se através de duas emissões. Filipe Silva, diretor da Gestão de Activos do Banco Carregosa, comenta o leilão.
Esta quarta-feira a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) realizou um duplo leilão de Bilhetes de Tesouro, o primeiro do novo ano. Com a ida de hoje aos mercados, o Estado colocou 300 milhões de euros, na emissão de dívida a 6 meses, a uma taxa de 0,108%, o que representa um mínimo histórico em termos de taxa em leilões com esta maturidade. Nesta operação, a procura foi 2,6 vezes a oferta.
Neste mesmo leilão, Portugal emitiu também 940 milhões de euros em bilhetes do tesouro a 12 meses, a uma taxa de 0,22%, tendo sido a procura o dobro da oferta.
Para Filipe Silva, diretor da Gestão de Activos do Banco Carregosa, “é uma boa notícia o país conseguir financiar-se a taxas tão baixas. Estas taxas são mínimos históricos, nunca o país conseguiu financiar-se a um custo tão baixo”.
O profissional acrescenta que “o montante colocado foi um pouco acima do pretendido (entre 750 ME -1000ME) porque, de facto, os investidores não têm alternativas: a Alemanha a 10 anos paga 0,4% e a 5 anos a taxa é negativa!”. Refere também que “estas taxas tão baixas são, ainda, um incentivo ao pagamento antecipado do empréstimo da Troika. Faz sentido, como tem sido discutido publicamente, o país financiar-se no mercado a taxas historicamente baixas para amortizar antecipadamente a ajuda externa.”