Baixa exposição líquida ao mercado, compromisso com setores defensivos e liquidez e dívida de curto prazo. Estes são os motores de desempenho e as ferramentas de gestão de risco em que se concentram na empresa francesa.
“Estamos entre a espada e a parede. É preciso domar a inflação para encontrar algum tipo de limite mínimo nos mercados de ações e obrigações. No entanto, a inflação será acompanhada de condições financeiras mais ajustadas que não vaticinam nada de bom para os mercados”. Esta é a opinião perturbadora de Raphaël Gallardo, economista-chefe da Carmignac, que acredita que os bancos centrais estão condenados a um ajuste monetário que irá abrandar a atividade de forma a arrefecer o sobreaquecimento dos mercados de trabalho e forçar um ajuste à descida da procura que acomode o persistente aumento do preço das matérias-primas.
Ao nível da alocação de ativos e da estratégia de investimento, isto levanta muitas questões. Kevin Thozet, membro do Comité de Investimento da Carmignac, explica quais são os motores de desempenho e as ferramentas de gestão de risco neste contexto difícil. Estes estão concentrados em torno de três pilares principais:
1. Baixa exposição líquida ao mercado
Uma postura prudente refletida num baixo nível de exposição líquida, tanto aos mercados de ações como aos mercados de rendimento fixo.
2. Apostar em setores defensivos
Uma carteira de ações de base estruturada em torno de setores defensivos, como a saúde e o consumo básico. “Isto é complementado por uma seleção oportunista de ações e obrigações chinesas”, revela.
3. Liquidez e dívida de curto prazo
Segundo o especialista, a liquidez e os instrumentos de curto prazo parecem ser os ativos mais adequados para evitar episódios de volatilidade. “Além disso, fornecem algum capital disponível que, se necessário, pode ser alocado de forma mais ampla a avaliações mais atrativas”, sublinha.