Dois grandes da Ásia em marcha distinta

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futureatlas.com, Flickr, Creative Commons

A economia japonesa cresceu menos do que o esperado no último trimestre, já que o PIB ficou nos 2,6%, não atingindo o patamar esperado dos 3,6% de crescimento. Aquém das expectativas ficaram também o investimento de capital, que caiu 0,4%, representando o sexto trimestre de contracção, e ainda os ‘stocks’ privados que recuaram 1,1% (variação trimestral anualizada).

Yoshinori Shigemi, Global Market Strategist da J.P. Morgan AM, não tem dúvidas de que estes dados “decepcionantes” suscitam “preocupação acerca da sustentabilidade e da recuperação económica do Japão”. Para além disso, o especialista afirma que têm surgido dúvidas acerca do aumento do imposto sobre o consumo, previsto para o próximo ano, devido ao receio de um eventual efeito negativo sobre o consumo privado.

O risco maior, diz Yoshinori Shigemi, é que a subida do imposto sobre o consumo ponha em perigo a recuperação económica do Japão. No entanto, se esse aumento não acontecer, o especialista avisa que os mercados de acções e de obrigações, e até mesmo o primeiro-ministro, podem perder o apoio dos mercados internacionais.

China a recuperar

Na China, um cenário diferente é apresentado por Grace Tam, Global Market Strategist da J.P. Morgan AM. Depois de maus resultados durante alguns meses, Julho trouxe uma desacelaração do crescimento do crédito, com os novos empréstimos em dólares a continuar a apoiarem a economia, alcançando os 700.000 milhões de doláres, uma soma maior do que o esperado.

A especialista aponta cinco factores que têm conduzido à recuperação económica: um efeito retardado do crescimento do crédito, a recuperação na construção de novas vivendas e a solidez nas vendas imobiliárias, o aumento do investimento em novas infraestruturas, o crescimento das exportações e, por fim, a vontade apresentada pelo primeiro ministro Li Keqiang de aumentar o PIB, através de medidas como a diminuição de impostos às PME's e serviços.

Grace Tam, no entanto, classifica a recuperação de Julho como “modesta”, mas ainda assim suficiente para “indicar uma estabilização da economia”.