O ano de 2022 apresentou enormes desafios aos investidores, mas os fundos de ações portuguesas parecem não ter sentido estas dificuldades ao ocuparem a linha da frente em rentabilidade.
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O ano de 2022 apresentou diversas adversidades aos investidores alocados a todo o tipo de classes de ativos. Ainda a lidar com os efeitos da pandemia e com o início da guerra na Europa, a economia global sofreu e os investidores procuraram por refúgio. Apesar de algumas subidas de alívio, é possível identificar correções em quase todos os meses do ano e muitos são os especialistas que destacam a sua importância e a forma como mantêm o mercado saudável.
No entanto, os fundos portugueses mais perto de serem os mais rentáveis de 2022 são maioritariamente compostos por ações. Dos 10 fundos mais rentáveis em 2022 até novembro, apenas um tem obrigações como a maior proporção de ativos, dois são fundos mistos com uma alocação superior a ações e todos os outros são fundos de ações na sua totalidade. Este último ano demonstra também fortes resultados nos fundos expostos a ações nacionais. Entre os 10 melhores posicionados em novembro, cinco fundos são compostos exclusivamente por ações portuguesas e dois estão divididos por empresas Ibéricas.
Face ao ano anterior, é ainda possível salientar que os retornos percentuais nesta categoria baixaram consideravelmente. Os três primeiros lugares passaram de retornos superiores a 30% para ter agora apenas dois fundos com retornos superiores a 10%. O restante top 10, composto no ano passado por fundos com retornos superiores a 20%, tem agora zero fundos com retornos acima de 10%. E claro, o mix mudou completamente.
Corrida a dois pelo primeiro lugar
Os produtos em melhores condições de conseguirem o título de fundo mais rentável do ano, são o Montepio Euro Energy e o BPI Brasil. O Montepio Euro Energy ocupa, de momento, o primeiro lugar ao acumular uma rentabilidade de 18,62% e o BPI Brasil está em segundo com 17,61%.
O fundo da Montepio Gestão de Activos é gerido por José França e tem mais de 15 milhões de euros em ativos sob gestão. No que diz respeito ao estilo de investimento da carteira, podemos verificar que está concentrada em ações de empresas de elevada capitalização bolsista e de perfil value, das quais é possível destacar BP, Shell e TotalEnergies como as maiores posições.
Já o fundo da BPI Gestão de Ativos tem Carla Brito Fonseca como gestora e gere mais de 14 milhões de euros em ativos, deste valor em carteira as ações pesam 61,77% e as obrigações 19,27%. Tal como o fundo anterior, as ações presentes no portefólio da BPI Brasil mostra uma forte concentração em empresas de elevada capitalização bolsista e de perfil value. Em termos de exposição setorial, o maior peso encontra-se no setor financeiro e corresponde a 34,89% do portfólio, seguindo-se os setores de matérias-primas e serviços públicos, com 18,84% e 13,39% respetivamente.
Fundos nacionais mais rentáveis até novembro de 2022