Um estudo da Refinitiv demonstra que, em ações, os fundos cotados artigo 8º e artigo 9º apresentam, em média, um TER inferior ao dos ETF tradicionais. Em obrigações ocorre o contrário, mas unicamente com os produtos artigo 9º.
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Um dos obstáculos que os ETF com critérios Ambientais, Sociais e de Governance (ESG) enfrentam é que são demasiado caros em comparação com os seus pares convencionais. Parece lógico que o sejam, uma vez que os gestores e promotores de índices precisam de mais dados para determinar as componentes das suas carteiras/índices. Mas será que os ETF sustentáveis são realmente mais caros do que os seus homólogos convencionais?
Detlef Glow, diretor de Análise da Refinitiv, estudou esta questão em detalhe. Para tal, selecionou os fundos cotados de ações e obrigações na Europa, agrupados pelo respetivo artigo SFDR. A sua análise mostra que o TER médio dos ETF artigo 8º (0,31%) e o TER médio dos ETF de ações de artigo 9º (0,34%) está abaixo da média dos produtos convencionais (artigo 6º) de ações (0,35%).
Dentro do segmento de obrigações, acontece o contrário. Pelo menos no que diz respeito aos ETF artigo 9º. Neste caso, o que o especialista observa é que o TER médio dos ETF de obrigações artigo 9º (0,25%) é substancialmente mais elevado do que o TER dos fundos cotados que reproduzem índices de obrigações convencionais (artigo 6º), que está em 0,20%. No que diz respeito ao TER médio dos ETF de obrigações artigo 8º, é o mesmo que o dos ETF convencionais (0,20%).
Conclusão
Por esse motivo, apesar do que possa parecer, a conclusão dos dados é clara. “O TER médio dos ETF de ações com filosofia sustentável não parece demasiado elevado. O rácio de gastos totais dos produtos de artigo 8º e de artigo 9º é inferior ao TER médio dos ETF de ações convencionais (artigo 6º)”, sublinha Detlef Glow.
Isto pode dever-se à própria concorrência que existe no setor e ao facto das gestoras estarem a utilizar comissões mais baixas para que os seus produtos ganhem dimensão.