O mês ficou manchado pela invasão da Rússia à Ucrânia, ainda assim, os investidores preferiram fundos de ações. Registou-se, contudo, o refúgio no imobiliário.
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O mês de fevereiro ficou marcado pela contínua volatilidade nos mercados, tendo-se registado correções significativas nos principais índices mundiais. Um dos motivos dessa volatilidade deveu-se à invasão russa na Ucrânia. Além disso, mantiveram-se as expectativas quanto à atuação dos bancos centrais, em particular da Fed e do BCE, com os investidores a seguirem atentamente toda e qualquer comunicação que estes transmitem relativamente à sua política monetária.
Ainda assim, “como no mês anterior, neste segundo mês do ano temos um Top dominado por fundos que investem em ações e apenas duas exceções”, apontam da área de Investimentos do Banco Best. Já Tiago Gaspar, responsável pela Análise e Seleção de fundos do Banco Carregosa, afirma que "o mês foi de net outflows para a classe de obrigações e ações - exceto para o imobiliário direto que continua a ter um constante e estável net inflow".
Relativamente às exceções do Banco Best, são, de facto, as mesmas estratégias que as registadas no mês anterior. Falamos do fundo imobiliário Property Core Real Estate Fund e do fundo multiativos Acatis Gané Value Event Fonds. No que toca ao primeiro produto, “estamos a falar de um fundo que investe em imóveis em Portugal e Espanha e que procura preferencialmente espaços bem localizados com inquilinos interessantes que possam gerar para o fundo rendas estáveis”, explicam da área de Investimentos da entidade. Já relativamente ao segundo produto, mencionam que é “um fundo que orienta os seus investimentos segundo dois vetores: o tema value e o tema event driven”.
Do lado do Banco Carregosa, por outro lado, são nove os fundos de ações no Top 10. A única exceção trata-se do fundo VIP, gerido pela Silvip. Uma escolha que continua a figurar no Top 10 desta entidade mês após mês.
Estratégias acionistas dominantes
Assim, numa altura em que se olhava para o comportamento histórico do mercado acionista em períodos de crise geopolítica, os investidores do Banco Best e Banco Carregosa escolheram apostar nas estratégias de maior risco.
Efetivamente, do lado do Banco Best são oito os fundos de ações que figuram no Top 10. Entre os temáticos, dizem que o "destaque vai para os temas das tecnologias e energia com vários fundos a estarem presentes no Top".
No espetro tecnológico falamos, mais concretamente, do BlackRock Global Funds - World Technology Fund, Franklin Technology, BlackRock Next Generation Technology e JPMorgan US Technology.
A energia - como já vimos este conflito na Ucrânia tende a acelerar o tema da transição energética, também foi um dos temas mais procurados. Entre os fundos “mais escolhidos pelos clientes para cavalgar a subida nos preços das commodities energéticas, ainda que estes fundos invistam em empresas ligadas a este setor de atividade”, estão o BlackRock Global Funds - World Energy Fund e o Schroder International Selection Fund Global Energy, os dois pertencentes ao Top 10 do Banco Best.
Por parte do Banco Carregosa, no entanto, não se regista a procura por nenhum fundo que procure investir no tema da energia. Verifica-se, sim, a procura por fundos de ações globais, mas não só. Ainda que com menor presença, encontram-se ainda ações europeias (BlackRock Global Funds - Continental European Flexible Fund e BlackRock Global Funds - European Value Fund) e americanas (Morgan Stanley Investment Funds - US Advantage Fund e Nordea 1 - North American Stars Equity Fund).
Do lado desta entidade, Tiago Gaspar fala em três comportamentos distintos: “Primeiramente, os investidores que compram o que está positivo no ano (empresas expostas ao setor de matérias-primas); seugndo, os que estão a reforçar as posições que mais perderam este ano (fundos mais próximos do estilo hyper-growth); e, em terceiro, a continuidade do apetite por fundos temáticos como da saúde, segurança, água e clima”.
Fundos mais subscritos de fevereiro de 2022
Banco Best | Rating FundsPeople 2022 | Banco Carregosa | Rating FundsPeople 2022 |
Property Core Real Estate Fund | Fundo VIP | ||
BlackRock Global Funds - World Energy Fund | Pictet Water | Sim | |
BlackRock Global Funds - World Technology Fund | Sim | BlackRock Global Funds - Continental European Flexible Fund | Sim |
Nordea 1 - Global Climate and Environment Fund | Sim | Nordea 1 Global Stars Equity | Sim |
MFS Meridian Funds - European Value Fund | Sim | Morgan Stanley Investment Funds - Global Brands Fund | Sim |
BlackRock Global Funds - Next Generation Technology Fund | Sim | Morgan Stanley Investment Funds - US Advantage Fund | Sim |
Schroder International Selection Fund Global Energy | Pictet Global Megatrend Selection | ||
Acatis Gané Value Event Fonds | Sim | Morgan Stanley Investment Funds - Global Opportunity Fund | Sim |
Franklin Technology Fund | Sim | Nordea 1 - North American Stars Equity Fund | |
JPMorgan Funds - US Technology Fund | Sim | BlackRock Global Funds - European Value Fund |
Redução generalizada da exposição
Ao nível das estratégias mais resgatadas, a área de Investimentos do Banco Best revela que, "com alguma curiosidade, o tema mais resgatado este mês foram vários fundos de pequenas e médias empresas europeias". Explicam que "é normal este tipo de empresas ser um pouco mais exposto a fases de recuperação da atividade económica e o aumento da incerteza pode explicar a saída destas ações, mas é algo para o qual temos alguma dificuldade em encontrar uma cabal explicação".
O profissional do Banco Carregosa afirma que "não só se observa o habitual fecho de posições satélite dos portefólios (como os fundos temáticos), mas também fundos core da construção de portefólios". Consequentemente, conclui "que há uma redução generalizada da exposição ao mercado nas várias classes de ativos".