Tendo em conta os últimos três anos, foram apenas nove os fundos de obrigações de gestão nacional que alcançaram retornos positivos. Dois conseguiram um retorno superior a 4%.
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É de conhecimento geral que os últimos tempos não têm sido dos mais famosos para os fundos de obrigações e, de facto, o futuro pode não sorrir para esta classe de ativos. Segundo a J.P. Morgan AM, a dívida com retornos negativos, à escala global, passou de 10,7 biliões de dólares no início do ano para apenas 2,9 biliões a 22 de março.
Recentemente a Fed fez a sua primeira subida de taxas desde 2018 e são esperadas ainda mais subidas este ano. Por seu lado, o BCE acelerou a redução das compras de ativos. A juntar a estes dois movimentos junta-se o surgimento da guerra, longe de acalmar a inflação, e regiões da China que estão a ser afetadas por uma nova onda de COVID-19. São fatores que tiveram impactos significativos nos mercados e, em particular, nas obrigações. Na verdade, Justin Jewell, gestor especializado em obrigações high yield na BlueBay AM, afirmava recentemente que “o que está a acontecer com as obrigações só vai acelerar”. Ainda assim, para Eoin Walsh, gestor da TwentyFour AM, a atual onda de volatilidade é uma correção dentro do ciclo, com oportunidades de compra.
Portanto, importa observar como se comportaram nos últimos três anos os fundos de gestão nacional desta classe de ativos, domiciliados em Portugal e no Luxemburgo, até porque os retornos em 2019 e 2020 nesta classe de ativos foram relativamente bons.
O fundo de obrigações mais rentável: NB FCP Euro Bond
Neste horizonte temporal, no mercado nacional, é fácil mencionar as estratégias que mais valorizaram: obrigações governamentais. Do Top 15 de fundos mais rentáveis, ilustrado abaixo, três são classificados pela Morningstar como tal. Estão também presentes três fundos de high yield, quatro caracterizados como flexíveis, dois de obrigações corporativas, dois de obrigações de ultra curto prazo e um é classificado como diversificado. No entanto, só nove destes 15 fundos conseguem alcançar um retorno positivo nestes três anos. É igualmente fácil revelar a entidade gestora que posiciona o maior número de fundos no ranking dos mais rentáveis: a GNB Gestão de Ativos.
Mais especificamente, o NB FCP Euro Bond, gerido por Vasco Teles da GNB Gestão de Ativos, é o fundo de obrigações nacional mais rentável dos últimos três anos, com um retorno anualizado de 4,8%. Segundo a Morningstar, entre as principais posições do portefólio, encontramos títulos governamentais europeus: dívida pública espanhola (9,3% do portefólio), dívida pública belga (9% da carteira) e francesa (8,6%). Segundo a própria ficha mensal do produto, o volume sob gestão ascendia a mais de 210 milhões de euros.
No segundo lugar do ranking surge mais um produto sob alçada de Vasco Teles na mesma abordagem que o anterior: o NB Obrigações Europa. Lançado em 1994, este fundo detém atualmente mais de 148 milhões de ativos sob gestão, tendo alcançado um retorno anualizado de março de 2019 a março de 2022 de 4,81%. Num mês em que o gestor referia na ficha mensal do produto que “a dinâmica negativa continuava a dominar o mercado de dívida”, a carteira estava composta maioritariamente por títulos governamentais de dívida pública. Emissões governamentais belgas, gregas e italianas estão entre as Top 3 posições em carteira. Segunda a Morningstar, a qualidade creditícia das obrigações estão em grande medida classificadas com BBB.
Ambos os fundos têm Rating FundsPeople 2022 e conseguiram elevados montantes em captações só no ano passado.
A fechar o pódio está o BPI GIF High Income Bond, gerido por Duarte Rodrigues, da BPI Gestão de Ativos, tendo conseguido uma valorização de 1,5% neste período. De facto, acabou o último ano como sendo o mais rentável entre o universo dos fundos de fixed income portugueses. Distinto dos anteriores dois fundos mencionados, Duarte Rodrigues, em entrevista à FundsPeople, referia que “apesar da forte tendência de compressão de spreads a que assistimos praticamente desde março do ano passado, ainda conseguia encontrar valor e oportunidades no mercado de high yield”.
Top 15 fundos nacionais de obrigações mais rentáveis a três anos
Fundo | Rating FundsPeople 2022 | Entidade gestora | Categoria Morningstar | Retorno anualizado a 3 anos (%) | Desvio padrão anualizado a 3 anos (%) |
NB FCP Euro Bond | Sim | GNB International Management (GNB Gestão de Ativos) | Government Bond | 4,83 | 9,05 |
NB Obrigações Europa | Sim | GNB Gestão de Ativos | Government Bond | 4,81 | 9,31 |
BPI GIF High Income Bond | Caixabank AM (BPI Gestão de Ativos) | High Yield Bond | 1,52 | 10,89 | |
NB Rendimento Plus | Sim | GNB Gestão de Ativos | Flexible Bond | 1,41 | 6,84 |
BPI Obrigações Mundiais | BPI Gestão de Ativos | High Yield Bond | 0,48 | 8,18 | |
NSF SICAV EuroBic Obrigacoes Global | Nevastar Finance (EuroBic) | Global Flexible Bond - Hedged | 0,47 | 5,64 | |
IMGA Dívida Pública Europeia | IM Gestão de Ativos | Government Bond | 0,14 | 5,08 | |
OPTIMIZE SICAV Global Bond | Andbank AM (Optimize IP) | Global Flexible Bond - Hedged | 0,08 | 5,63 | |
NB Corporate Euro | Sim | GNB International Management (GNB Gestão de Ativos) | Corporate Bond | 0,06 | 6,23 |
BPI Obrigações de Alto Rendimento Alto Risco | BPI Gestão de Ativos | High Yield Bond | -0,22 | 10,44 | |
Santander Obrigações Curto Prazo | Santander Asset Management | Ultra Short-Term Bond | -0,24 | 1,08 | |
EuroBic Tesouraria | Heed Capital | Ultra Short-Term Bond | -0,24 | 1,02 | |
NB Capital Plus | GNB Gestão de Ativos | Corporate Bond - Short Term | -0,3 | 3,37 | |
Bankinter Rendimento PPR/OICVM | Sim | Bankinter GA Sucursal em Portugal | Flexible Bond | -0,34 | 3,97 |
Caixagest Obrigações | Caixa Gestão de Ativos | Diversified Bond - Short Term | -0,35 | 2,85 |